Desenvolvimento
de produto
4 coisas que
aprendi com os designers sobre desenvolvimento de produto
Algumas
visões dos designers que fazem a diferença nas estratégias e decisões para o
desenvolvimento de produtos e que ampliam os resultados na qualidade, nas
vendas e principalmente na gestão da marca.
Alguns de meus colegas profissionais são designers, por isso ao longo
desses anos vivenciei problemas junto deles e coletei informações e maneiras de pensar que moldaram a forma que hoje
enxergo a gestão das diversas faces de uma empresa em especial a área de
desenvolvimento de produtos.
Neste artigo compartilharei quatro coisas que aprendi com os designers e
que incrivelmente são desconsideradas no desenvolvimento e gestão de produtos e
negligenciadas como elementos estratégicos ao branding em grande parte das
empresas. São conceitos que também são
esquecidos por alguns escritórios e profissionais que prestam serviço de
consultoria e assessoria de branding e marketing.
Sei que as informações a seguir serão de grande valia para muitos gestores
e empreendedores, contudo prevejo que alguns poderão não ver novidades e também
estão cansados a defender os pontos aqui abordados, sendo assim, convido-os a
colocarem seus pontos de vistas e acréscimos de informação nos comentários para
que principalmente o conhecimento prático possa ser perpetuado.
Quatro
coisas que aprendi com os designers sobre desenvolvimento de produto:
1 – Não me faça pensar
No universo do design existe um livro fantástico e muito indicado por quase
todos profissionais chamado “não me faça pensar”. O livro cujo foco é
usabilidade possui conteúdo muito relevante para desenvolvimento web, mas que
com um pouco de bom senso e adaptação pode ser aplicado em diversos contextos
que vão desde o desenvolvimento de um aplicativo ao visual merchandising em uma
loja física.
2 – Deus mora nos detalhes
Detalhes
que são menosprezados pela necessidade de fazer o produto ir logo para o
mercado. Cheiros, texturas, a curva da embalagem ou o clique que indique
que um plug finalmente encaixou no lugar certo, uma função a mais ou a
menos de um aplicativo, são fatores que ampliam a experiência do usuário,
criam atalhos mentais e constrói significado na mente das pessoas.
3 – Foco nos benefícios
Acredito que a maioria ao ler este artigo já ouviu que pessoas não compram
furadeiras, mas sim buracos nas paredes. Porém e se eu dissesse que para muitos
dos designers que conheci nem os furos algumas pessoas compram, mas sim um
beneficio de poder pendurar algo na parede, no qual o furo em si é uma
consequência e no fim um estorvo. Talvez a isso se deva o sucesso da linha
Command da 3M que não necessita furar a parede e é uma solução menos danosa as
residências para quem quer fixar algo.
4 – Inovação é importante, mas reflita sobre o
contexto
Tenho certeza que se fizermos as contas de quantos artigos, livros, vídeos
são lançados ano após ano sobre inovação contabilizaríamos algumas dezenas se
não centenas em que todos “gritam” o conceito de inovação. Todo esse conteúdo
“inovador” chegam muitas vezes a injuriar e angustiar ao fazer algumas pessoas
pensarem que suas empresas não inovam e precisam urgentemente inovar.
Inovar para quem? Inovar para que? Inovar é o verbo rei, mas que junto carrega
questões pouco exploradas. De fato muitos mercados são bem tradicionais e os
excessos de mudanças chocam de forma prejudicial. Em muitos outros casos o
contexto é tão engessado que leve mudanças já proporcionam um sentido de
“inovação” extremamente impactante e benéfico.
Inovar é preciso, contudo entender os limites e compreender o exagero é
fundamental, pois não são raros os casos que meus conhecidos designers reclamam
de clientes que exigem algo diferente e exemplificam com referências de
universos completamente diferentes e ousados. Também não são raros os casos de
“designers” que entregam projetos mirabolantes e esbanjam o discurso de
inovação, mas que por fim chocam o cliente de seus clientes, os consumidores e
resulta em uma queda drástica nas vendas.
Repito,
inovar é preciso sim, mas dar passos maiores que as pernas é algo extremamente
arriscado e pode não ter volta depois e, por isso quando alguém me pergunta
como então deve-se agir eu respondo: Seja um cuidadoso, extremamente ousado e,
se puder, seja ousado com muito cuidado.
Conclusão
Ainda é difícil, principalmente no Brasil, vermos designers ocupando
grandes cargos de liderança ou tendo voz ativa nas decisões estratégicas e de
desenvolvimento de uma empresa e isso é prejudicial, pois as empresas perdem a
oportunidade de obter valiosos pontos de vista. Ao mesmo tempo isso revela um
completo paradoxo, pois a cada dia os designers tem considerado as questões
estratégicas e mercadológicas as suas decisões de design e talvez isso explique
o motivo de a cada dia surgirem novas empresas, marcas e produtos no qual eles
são líderes.
Toda questão não gira em torno da substituição ou da troca de pessoas, mas
sim da soma para se chegar a resultados mais significativos, pois como diz John
Maeda ex-professor da MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) e um dos
mais influentes do século 21 segundo a revista Esquire: Os artistas e os
cientistas tendem a encarar os problemas com mente aberta e inquietude. E ambos
não temem o desconhecido, preferindo dar saltos, em vez de passos consecutivos.
Eles se tornam parceiros naturais. Com esse pensamento complementar, há um
grande potencial quando eles colaboram de forma contrabalançada, gerando
resultados inesperados, que podem ser muito mais valiosos do que quando esses
profissionais trabalham separados.
Fonte:
MAEDA, John: Designers e Artistas serão líderes de inovação. Folha de S. Paulo.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/especial/137074-designers-e-artistas-serao-os-lideres-da-inovacao.shtml
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